Jaqueline Naujorks

Não Sou Obrigada 531f4w

Relacionamento abusivo: a agressão cotidiana que não deixa marcas 5p213m

O relacionamento tóxico é recheado de pequenas agressões, doses homeopáticas de violência psicológica que se adaptam tão bem à rotina de um casal que a vítima sequer enxerga o abuso. 565v5b

Bruna Griphao e Gabriel do BBB 23 estão protagonizando uma discussão nas redes sociais que encontra eco em muitos corações oprimidos. O relacionamento tóxico é recheado de pequenas agressões, doses homeopáticas de violência psicológica que se adaptam tão bem à rotina de um casal que a vítima sequer enxerga o abuso.

“Ah mas ela também é muito chata e…”
Pode parar.
Ela pode ser o cão de saia, NADA justifica um homem tratar mal a mulher, debochar dela, constrangê-la na frente das pessoas (que dirá milhões de pessoas) como represália por um comportamento que não gosta. Não está feliz? Termina, uai. Terminar não é uma opção? Então isso não é sobre comportamento, é sobre abuso.

Mas não quero aqui repetir o que todos os especialistas no assunto vêm dizendo desde que essa discussão ganhou corpo. Longe de entender do assunto academicamente, como uma boa psicóloga faria, eu entendo do assunto do lado de cá. Vamos conversar sobre o que acontece nas entrelinhas, o subjetivo, algo que só a mulher que já viveu isso sabe como é.

A primeira pergunta que todo mundo faz é “Por que ela aguenta isso?”
Toda mulher adulta sabe a resposta. É algo que todas nós já vivemos, já sentimos. A sociedade joga sobre os ombros das mulheres um peso enorme, o peso da validação de um relacionamento. Você é mais gente se um homem tiver te escolhido. Abrir mão disso é abrir mão de um status que, infelizmente, ainda faz diferença nos mais diversos ambientes, desde o social até o profissional.

As pessoas preferem vestir a continuidade desse relacionamento de ividade, de sem-vergonhice da mulher, como se no fundo ela gostasse disso. Essa percepção descortina o segundo motivo: dependência financeira. Já falei sobre isso na primeira coluna – Não sou obrigada a ser coadjuvante da sua história.

Muitas dessas mulheres largaram o trabalho por insistência do companheiro ou em função da maternidade. Já ouviu falar no “Ruim com ele, pior sem ele”? Melhor ar por cima disso do que ar necessidade e submeter os filhos à perda, imagine para uma mãe, já feita de culpa, saber que o filho está sofrendo por uma escolha dela?

E por fim um motivo que pouca gente observa, porque a engrenagem do abuso cotidiano acaba diluindo o problema:

O que sustenta o círculo do relacionamento tóxico é a adrenalina do perdão. A vítima a o tempo todo tentando dar ordem ao caos e acaba viciada em conquistar a paz. O homem que grita com você agora, daqui 10 minutos vai pedir desculpas chorando no seu colo, em 20 minutos vai gritar que você é inável e em 40 minutos vai te abraçar e te chamar de amor da vida. Cada vez que a aversão dele aparecer, você vai fazer qualquer coisa para ele voltar a te amar.

“Ah, mas ele é tão legal!”
Sim, o narcisista é carismático. Faz parte do show dele convencer as pessoas de que a mulher estará mentindo se falar mal.

O que mais dificulta a quebra desse ciclo é o julgamento no lugar onde deveria haver acolhimento. É mais fácil apontar o dedo ou mesmo silenciar, não se meter, para evitar a fadiga. Ser rede de apoio dá trabalho. Chamar a amiga para uma conversa, atentar carinhosamente alguém para um comportamento abusivo, oferecer ajuda e proteção, disponibilizar seu teto para ela ficar por uns dias quando sair de casa, indicar a mana para um emprego, e por aí vai. É muito mais do que meter a colher na briga de marido e mulher, é muito além da empatia e do desejo de que fique tudo bem. É agir para resgatar uma vítima que muitas vezes sequer sabe que é vítima.

Toda mulher, com suas carências e dores de uma vida cheia de gatilhos, está sujeita a um relacionamento abusivo  – incluindo a mulher linda, loira, magra, rica e famosa. Ter a consciência disso deixa a gente esperta: ao menor sinal de narcisismo, a lata do lixo já estará aberta esperando por mais um.

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Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Não Sou Obrigada, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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